quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

44- Finais: para poder jogar com confiança!


Todos os grandes jogadores tem sido unânimes em considerar o aprendizado dos Finais Básicos como imprescindível para se poder evoluir no Xadrez. Para isso é necessário fazer um estudo sistemático, pois descobrir tudo sozinho, apenas tirando conclusões das partidas, é demorado, trabalhoso e ineficiente.

Há muitas razões que justificam o esforço em aprender melhor os Finais, p.ex.:
# jogar com confiança no futuro e não fugir das trocas, por medo de um Final;
# transformar uma vantagem em vitória, o que é mais garantido num Final;
# avaliar melhor as posições de meio jogo e prever seus desdobramentos;
# decidir quais são as trocas vantajosas e as que não lhe convém fazer;
# poder jogar finais rapidamente, nestas partidas tipo nocaute/final acelerado;
# entender profundamente as características e poder de cada peça, rei e peões

Muitos enxadristas se preocupam demais com as Aberturas e suas novidades, e só focam nisso. Mas é interessante observar como alguns jogadores fortes e experientes conseguem vencer (geralmente nos Finais!) utilizando aberturas simples e teoricamente ultrapassadas. Dificilmente alguém ganha ou perde logo na Abertura. O famoso GM húngaro Lajos Portisch costumava dizer que "a finalidade da Abertura é obter-se um meio jogo razoável" e, na prática, não adianta estudar muito as Aberturas para obter uma posição vantajosa, se não houver conhecimento e força para transformar a vantagem em vitória.

Em geral, muitas imprecisões são cometidas durante uma partida, e enquanto houver muitas peças no tabuleiro é possível tecnicamente consertar ou recuperar. Porém os Finais exigem PRECISÃO e um êrro costuma ser fatal, frente a um adversário que tenha os conhecimentos básicos. Aliás, a própria transição para o Final é o momento mais crítico da partida, porque pode levar a uma situação que já esteja praticamente decidida, dependendo apenas de uma condução técnica adequada.

A sequência tradicional em que se estuda os Finais é muito sugestiva: isto é feito de trás para a frente. Após aprender os mates elementares, o início é sempre pelos finais de peões. É porque quando for analisar p.ex. finais de bispo contra cavalo, com vários peões, é preciso frequentemente avaliar como ficaria o final mais simples - de peões - caso se realizasse uma troca de peças e restassem só os peões.

Por isso é que não adianta analisar finais isoladamente, pois é preciso um encadeamento sistemático, a partir do simples para o mais complexo, do posterior para o anterior. Só dá para entender finais que envolvem várias peças, em partidas de Mestres, se houver boa compreensão dos finais mais simplificados. Da mesma forma, uma boa análise no meio da partida depende de avaliar como seria a situação num final.

Após pesquisar muita literatura, recomendamos o livro de Ian Snape, agora traduzido para o espanhol, (o que para os leitores brasileiros ainda ajuda a se desenvolver no espanhol) que pode ser visto em:
 http://www.4shared.com/office/CKonZUwD/como_jugar_con_facilidad_los_f.html

Apresenta os finais básicos bem objetivamente em 143 páginas, concentrando-se nas idéias, conceitos e planos, mostrando as variantes sem complicar demais. O autor se alonga mais no estudo dos finais mais frequentes que acontecem na prática, dando exemplos de partidas reais. Depois complementa com 100 posições para teste, com respostas bem explicadas ao final. Façam bom proveito!